segunda-feira, 7 de maio de 2007

Arquitetura - Sobre

Novos sotaques



Ao final de 2001, a Abea - Associação Brasileira de Ensino de Arquitetura contabilizava a existência de quase 140 cursos de arquitetura no país.
A maior parte deles funciona no estado de São Paulo, que tem 41 cursos. O Rio Grande do Sul vem a seguir, com 16 cursos de graduação.
Na seqüência, aparecem os estados de Minas Gerais e Rio de Janeiro, onde 13 escolas formam arquitetos. O Paraná tem 11 cursos. Piauí, Sergipe e Tocantins contam, cada um deles, com uma escola de ensino de arquitetura.

Mas, haverá trabalho para tantos jovens? Estarão eles recebendo formação adequada?
Desde que foi aplicado pela primeira vez, em 1996, pelo Ministério da Educação, o Exame Nacional de Cursos (Provão) ainda não analisou os cursos de arquitetura. Em 2002, porém, eles serão incluídos na avaliação. Que retrato surgirá?

Na edição 143, de julho de 1991, na qual PROJETO abordou o tema ensino, São Paulo e Rio Grande do Sul eram os dois principais pontos de origem das então jovens promessas. Angelo Bucci, Fernando de Mello Franco, Marta Inês da Silva Moreira e Milton Braga, formados pela FAU-USP na segunda metade da década de 1980 e hoje sócios no MMBB Arquitetos apareciam na lista.
Assim como eles, Mario Biselli e Artur Katchborian, que também constavam da relação, decolaram para uma profícua carreira, consolidando vocação que despontava quando se graduaram pela FAU-Mackenzie, também de São Paulo

No Rio Grande do Sul, a revista apostava suas fichas, entre outros, na capacidade de Sérgio Marques, arquiteto da turma de 1984 da FAU-Ritter dos Reis que, atualmente, divide-se entre a carreira universitária e o escritório de arquitetura.
Marques tem em seu currículo a co-autoria do Centro Nova Olaria, eleito por PROJETODESIGN como um dos principais trabalhos de reciclagem da década
de 1990. Também no Sul, mas na pequena Antônio Prado, Gederson Meotti (formado em 1989 pela FAU-UFRGS) tem sua trajetória pontuada por trabalhos que, dada sua qualidade, PROJETODESIGN registra com freqüência.

A novíssima safra de arquitetos, publicada agora em janeiro de 2002 pela revista é geograficamente mais equilibrada. Dos 12 projetos selecionados, quatro foram desenvolvidos por arquitetos formados em São Paulo, três por profissionais egressos de escolas mineiras e dois são de diplomados por escolas cariocas. Rio Grande do Sul, Pernambuco e Rio Grande do Norte têm um representante cada.

Independentemente da origem escolar, os outrora jovens profissionais tiveram certa responsabilidade em "burilar" parte dos novos talentos.
Tiago Holzmann da Silva, o único gaúcho da atual edição, passou pelo escritório de Sérgio Marques. Alexandre Cafcalas é, de certa forma, cria de Biselli e Katchborian. E Vinicius Andrade transitou pelo escritório MMMB.

Texto resumido a partir de reportagem
de Adilson Melendez
Publicada originalmente em PROJETODESIGN
Edição 263 Janeiro 2002


Hospital e Centro Médico Medical Care:
projeto de Mario Biselli, Artur Katchborian, Alfieri Chiamolera Júnior e Francisco José Alves de Sampaio


Sede da Gul em São Paulo:
projeto de Alexandre Cafcalas e Guilherme Margara. Cafcalas trabalhou no escritório de Biselli e Katchborian


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