segunda-feira, 21 de maio de 2007

Rádio e TV: com o bolso cheio de...criatividade

Rádio e TV: com o bolso cheio de...criatividade


Quer ser radialista? Prepare-se para um mercado difícil, mas vibrante



Publicado em 29/03/2007 - 00:01




Por Lilian Burgardt

Se você perguntar para um aspirante a radialista quanto ele espera ganhar depois de formado e repetir essa pergunta para um universitário e um profissional a resposta dos três pode ser resumida na seguinte frase: a gente ganha pouco, mas se diverte. Os salários de um mercado saturadíssimo e extremamente competitivo, cujas melhores oportunidades estão restritas ao eixo Rio-São Paulo, não são nada atraentes para quem tem a idéia de ficar rico ou mesmo de ter estabilidade. Do recém-formado ao mega profissional com 20 anos de carreira, os salários são enxutos. Se o orçamento da produção é bom, melhor. Senão, a solução é que o trabalho compense todo o desgaste.
Por isso, se você está pensando em fazer Rádio e TV a primeira mensagem é: esteja preparado para trabalhos emocionantes, vibrantes e até desgastantes, mas para salários pouco recompensadores. Aliás, dizem os especialistas, esta é uma profissão em que o salário quase sempre não será sua recompensa, mas sim, a oportunidade de trabalho que está em suas mãos. Para aqueles que conseguem uma vaga no disputadíssimo mercado, o salário incial está entre R$ 1.000 e R$ 1.500 reais. MAS o que vale mesmo é o que a produtora ou a emissora de rádio e TV têm a oferecer. Vale lembrar: ao mesmo tempo em que há estagiários ganhando cerca de R$ 1.000 em uma grande emissora, jovens recém-formados podem ter este valor descrito no "holerite" trabalhando, e muito, em uma produtora independente.

A fila do desemprego também é grande. Se você começar a bater papo com gente da área, certamente vai encontrar histórias de muitos radialistas que viraram jornalistas, assessores de imprensa e até corretores de seguro. "De fato, muita gente desiste do curso porque não encontra oportunidades. A melhor alternativa para driblar o desemprego e a falta de experiência é estagiar muito e o mais cedo possível nos mais diferentes lugares. A experiência é fundamental para o crescimento nesta profissão", revela o coordenador do curso de Rádio e TV da USJT (Universidade São Judas Tadeu), Augusto Lanzoni.

"Diferente da década de 80, quando comecei, hoje o mercado está muito difícil. Os profissionais disputam pouco espaço e, sabendo disso, as empresas jogam os preços lá embaixo, desvalorizando ainda mais a profissão", lamenta a diretora de montagem, Sandra Conti. Com cerca de 20 anos de experiência, tendo na bagagem trabalhos para grandes emissoras de TV como Globo, Record e SBT - esta última seu atual endereço profissional - Sandra é um exemplo de como o cenário profissional não está nada fácil para os radialistas. Os cargos das produções têm faixas salariais específicas e independente da experiência, um assistente de direção, por exemplo, recebe em torno de R$ 7.000 por mês. Isso serve tanto para quem tem 20 anos de carreira como para quem tem cinco e, claro, um bom contato nas mãos.

O que um radialista pode fazer?

Na universidade, o aluno é preparado para lidar com a parte técnica de um programa de TV, rádio e até cinema. Enfim, toda aquela parafernalia tecnológica que ocupa espaço no switcher (ilha de operações) e no estúdio. Não é à toa é que os colegas jornalistas, aqueles de humor ácido, costumam fazer a famosa piadinha "ô, caboman, chega aí ou, "ah, vai enrolar cabo". Mas não é só isso que os futuros radialistas vão dominar, ao sair da faculdade. Eles também saberão tudo que é preciso para uma produção ir para frente e terão conhecimento para elaborar roteiros. "Em geral, os estudantes aprendem tudo que se refere aos bastidores de uma emissora de TV ou rádio e também a produzir roteiros. No entanto, a maior parte das faculdades costuma preparar os alunos para serem diretores ou assistentes de direção, que são os profissionais responsáveis pela produção de um programa ou um filme, do início ao fim", explica Lanzoni.

Quem procura estágio quase sempre começa com assistente de produção de uma emissora de TV ou de rádio. O trabalho é intenso: é preciso fazer a agenda da produção, correr atrás dos convidados e, se preciso, dar um pitaco até no cenário do programa. Mais do que no rádio, na TV o trabalho da produção fica mais visível para o público. Embora o apresentador, que boa parte das vezes é só uma figura carismática, seja o mais lembrado pelo público, são os produtores que dão formato ao programa. É a produção que "faz acontecer". "Mais do que na TV, no rádio, é comum que os ouvintes tenham a impressão de que é o locutor quem faz tudo e desconheçam que há um produtor e um diretor que também colocam a mão na massa", lembra.

Segundo Lanzoni, não há segredo para se dar bem nesta área, mas alguns ingredientes como criatividade, persistência e inovação são características que não podem faltar ao profissional de Rádio e TV. "Às vezes, os estudantes ficam desmotivados porque o estágio deles é controlar a platéia em um programa de auditório. Garanto que se ele for criativo nessa função, se estiver antenado às notícias e sempre atento aos novos formatos de programas, tanto nacionais quanto internacionais, em breve seu talento será reconhecido e ele passará a ter novas oportunidades. Quem sabe, poderá até ter uma idéia de programa. Agora, se for acomodado, certamente vai passar muito tempo preso à claquete da platéia", alerta Lanzoni.

Leia as entrevistas abaixo e descubra os motivos que levaram um vestibulando, uma graduanda e um profissional a escolher o curso de Rádio e TV:























Idade: 20 anos

Leandro Tavares Morais
Idade: 23 anos

Onde estuda: Faculdade Cásper Líbero, em São Paulo Maria Clara Brand Thomazini Idade: 48 anos

Profissão: diretora de montagem
Sandra Conti

Um comentário:

Unknown disse...

Gostei de ter lido esta sumula, pois pretentendo fazer rádio e tv.